São Joaquim de Bicas está situado na Região Metropolitana de Minas Gerais - RMBH, na microrregião de Belo Horizonte, limitando-se com os municípios de Mário Campos, Brumadinho, Igarapé e Betim. A Figura abaixo traz a localização do município no contexto estadual e microrregional, distante 43 km da Capital Estadual, Belo Horizonte, e com forte influência da BR-381.

Figura 1: Localização de São Joaquim de Bicas

Fonte: Equipe de Revisão Planos Diretores Municipais, 2017 – Dados IBGE, 2010

Formado apenas pelo distrito sede, nos dias atuais o município apresenta área total de 71,76 Km2 (IBGE/2015). O seu principal acesso é através da rodovia federal BR-381, importante corredor de desenvolvimento do Estado de Minas Gerais e essencial via de escoamento da produção e acesso aos países do MERCOSUL.

São Joaquim de Bicas pertence ao vetor sudoeste de acordo com as tendências identificadas no PDDI e atualizadas no projeto do Macrozoneamento. No entanto, o município também possui intensa relação com o vetor oeste marcado pela reestruturação produtiva industrial do complexo minero-metalúrgico-metal-mecânico e pelo desenvolvimento de uma subcentralidade metropolitana no eixo Contagem/Betim. O vetor sudoeste é marcado pelos desdobramentos do vetor de expansão industrial oeste sobre os demais municípios do entorno – principalmente ao longo dos eixos viários da BR-381 e pela MG-040 – e pelo processo de descentralização industrial que se reflete num espraiamento e numa diversificação da atividade industrial. Juntamente com esse processo se observa a expansão da urbanização de caráter periférico – conforme descrito no projeto do Macrozoneamento – e não raro precária e/ou informal nos municípios tanto do vetor oeste como do vetor sudoeste.

O vetor apresenta atividade metalúrgica e siderúrgica, mas também atividades das indústrias alimentícias, de bebidas e de móveis. No entanto, chama a atenção o aumento dos investimentos e projetos ligados a atividades minerária na última década ao longo da formação de serras do quadrilátero ferrífero. O crescimento dessa atividade no vetor influencia a dinâmica industrial, mas também põe em evidência um conflito crescente entre a atividade de extração e a preservação ambiental, cultural (especialmente em relação às serras) e, principalmente, hídrica devido não somente aos reservatórios dedicados ao abastecimento da RMBH (como o de Rio Manso), mas também às áreas de recarga das principais bacias hidrográficas do vetor.

São Joaquim de Bicas acompanha as dinâmicas características do vetor sudoeste. Seu desenvolvimento industrial deriva de uma polarização que emana da dinâmica do vetor industrial oeste especialmente a partir do eixo da BR-381. No entanto, a dinâmica industrial no município também responde à expansão da atividade minerária, verificando-se no município a presença de indústrias ligadas à produção de estruturas industriais para a mineração. Devido à intensificação da atividade econômica, se verifica em São Joaquim de Bicas pressão pela ocupação do solo e imobiliária (inclusive com produção de unidade habitacionais pelo PMCMV), mas que, nem sempre, vem acompanhada da devida infraestrutura urbana, dentro de uma dinâmica típica de urbanização periférica conforme caracterizado pelo Macrozoneamento. A intensificação da atividade industrial – juntamente com a minerária – vem provando também uma reestruturação territorial e demográfica dentro do próprio município.

São Joaquim de Bicas também se insere na dinâmica da extração minerária do vetor sudoeste recebendo grandes investimentos e projetos no setor (especialmente vinculados a MMX). A atividade minerária reacende a questão dos conflitos com a preservação ambiental e hídrica no vetor, bem como os desdobramentos e externalidades negativas da atividade tanto no próprio município como em municípios vizinhos.

Por fim, cabe frisar que a atividade agropecuária também é relevante no município que compõe o cinturão verde de Belo Horizonte e é um importante fornecedor do CEASA, fazendo parte, assim, da rede de abastecimento alimentício da RMBH. As zonas rurais, no entanto, disputam a ocupação do solo tanto com a atividade minerária quanto com a expansão urbano-industrial. Além disso, a atividade agropecuária em moldes tradicionais com ampla utilização de insumos químicos também é uma fonte de conflito ambiental em uma área de importância hídrica crucial para o abastecimento da RMBH.


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