Juatuba está situado na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no chamado Vetor Oeste, também identificado como Eixo Industrial, em função da grande concentração de indústrias e serviços de apoio. A Figura abaixo traz a localização do município no contexto estadual e microrregional, distante 45 km da Capital Estadual. Atualmente é formado por seu distrito-sede e pelo distrito de Boa Vista da Serra.

Figura 1: Localização distritos, povoados e localidades, Juatuba

Fonte: Equipe de Revisão Planos Diretores Municipais, 2017 – Dados IBGE, 2010

Seus principais acessos são através das rodovias MG-050 (que corta o município), BR-262 e BR-381, rodovias duplicadas e administradas pela iniciativa privada, garantindo ao município boa acessibilidade rodoviária. Juatuba também possui ligação ferroviária em bitola larga (1600 mm) e bitola métrica (1000 mm). De acordo com o seu Plano de Inventário,

O município de Juatuba, pertencente à região metropolitana de Belo Horizonte, possui características híbridas, de cidade cosmopolita, adjunta aos grandes centros, ao mesmo tempo que preserva ares interioranos e peculiaridades culturais típicas das pequenas cidades mineiras. Dentre seus bens culturais relevantes, destaca-se a Estação Ferroviária, um símbolo da cidade que se caracteriza, ainda por ser um espaço “de passagem”, um encontro de caminhos que confluem para diversas cidades e microrregiões da zona central do estado de Minas Gerais (JUATUBA, 2014, p.5).

Juatuba se insere no vetor oeste da RMBH conforme a dinâmica de reestruturação territorial apontada pelo PDDI e atualizada pelo projeto do Macrozoneamento. O vetor oeste se caracteriza por uma dinâmica já tradicional ligada essencialmente ao desenvolvimento e à atividade industrial (sendo o principal eixo de expansão industrial da RMBH), especializada nos setores do complexo minero-metalúrgico-metal-mecânico. Essa concentração da atividade econômica produz, por sua vez, uma forte expansão imobiliária (muito ligadas à dinâmica de produção de habitações através do PMCMV) que se reflete numa expansão das demandas por urbanização, especialmente nos municípios próximos a Belo Horizonte, mas também no aumento da moradia informal e de baixa qualidade. Mais recentemente, o vetor vem experimentado também outras formas de produção imobiliária ligadas, principalmente, à dinâmica dos condomínios residenciais fechados.

O vetor oeste também experimenta o processo de descentralização de diversas cadeias produtivas que transbordam dos municípios tradicionais (como Contagem e Betim) em direção a outros municípios do eixo. Essa descentralização combinada com a própria expansão da atividade industrial – e de sua complexificação e intensificação tecnológica – se reflete na intensificação da atividade industrial em municípios antes menos dependentes da mesma bem como a reprodução de transbordamentos da atividade industrial (como a demanda por moradia e a intensificação do uso da infraestrutura viária). Nesse sentido, o vetor oeste apresenta cada vez mais uma diversificação produtiva, incluindo a oferta de serviços característicos de uma subcentralidade metropolitana bem como o desenvolvimento de setores de mais alta tecnologia (como de equipamento médicos, indústria farmacêutica e eletrônica). Ainda assim, setores de baixa e média complexidade tecnológica (como alimentos, móveis e têxteis) continuam importantes na região. Apesar de todo esse histórico industrial, o vetor também se caracteriza pela produção de hortaliças para a RMBH. Além disso, a atividade minerária em alguns municípios do vetor, e também, predominantemente, a expansão da urbanização são as principais fonte de conflito ambiental no vetor oeste que é um dos principais contribuintes para o abastecimento de água da RMBH.

O município de Juatuba sofre diretamente essa polarização e esse desdobramento do complexo industrial tradicional do vetor ao longo dos eixos de expansão viários da BR-262 e da MG-050, especialmente nas cadeias produtivas ligadas à indústria automobilística. Ainda assim, observa-se em Juatuba uma especialização produtiva industrial própria ligada principalmente à indústria veterinária. Essa concentração de atividade econômica atrai para o município atividade imobiliária que pressiona a expansão urbana, mas também uma intensificação da ocupação irregular e informal do território. Dessa forma, as principais fontes de investimento e projetos na região são ligados ao setor industrial.

Outra dimensão importante no município de Juatuba é sua inserção na dinâmica da produção agropecuária metropolitana, especialmente no setor de produção de hortaliças, sendo o município um importante fornecedor do CEASA. A significância da produção agropecuária no vetor oeste coloca Juatuba (que vem observando a participação da agropecuária no seu PIB crescer) entre a importante cadeia de produção e abastecimento de alimentos da RMBH. Essa produção, no entanto, tem características industriais de larga escala com o uso de insumos químicos, o que pode indicar um conflito entre a produção do setor e a preservação ambiental e hídrica.

Por fim, cabe destacar a presença da represa de Serra Azul, o que evidencia a importância do município para o abastecimento hídrico da RMBH, mas também intensifica a atenção para os possíveis e atuais conflitos entre as atividades econômicas desenvolvidas no município e a segurança hídrica da RMBH. Essa condição se agrava quando consideramos que o município se localiza em importante área de atividade de mineração que transbordam de um município para o outro. Ao mesmo tempo a presença da represa coloca em questão a necessidade de compatibilização entre ônus e bônus dos serviços ambientais prestados para a RMBH.


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