O município de Capim Branco localiza-se a noroeste da Capital Mineira, integrando a Região Metropolitana de Belo Horizonte – RMBH e a microrregião de Belo Horizonte, conforme pode ser visto na figura abaixo, composto atualmente apenas pelo distrito-sede.

Figura 1: Localização distritos, povoados e localidades, Capim Branco

Fonte: Equipe de Revisão Planos Diretores Municipais, 2017 – Dados IBGE, 2010

Tendo como principais acessos as BR-040 e BR-135 e a MG-424 e distante, aproximadamente, 51 km de Belo Horizonte, Capim Branco limita-se com os municípios de Prudente de Morais a norte, Matozinhos a leste e a sul, Esmeraldas a sudoeste e Sete Lagoas a oeste. Participante do vetor Noroeste da RMBH, Capim Branco, assim como Matozinhos, Pedro Leopoldo e Baldim, é polarizado por Sete Lagoas, município situado já no colar metropolitano. Sua centralidade é local, permanecendo restrita “às funções públicas como sedes municipais exercendo pouca atratividade sobre o próprio território”, situação semelhante a “Baldim, Jaboticatubas, Taquaraçu de Minas, Nova União, Raposos, Itaguara, Itatiaiuçu e Rio Manso” (PDDI, 2011: 64).

No contexto da região metropolitana, Capim Branco exerce papel de produtor de alimentos agropecuários, além de ter parte de sua população trabalhando em outros municípios e polos regionais, notadamente Matozinhos e Sete Lagoas.

Como se verá ao longo do presente volume, o município tem se destacado na produção de alimentos orgânicos e, segundo consta no site da Prefeitura,

No dia 14 de Abril de 2011, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, emitiu para a Associação de Produtores Orgânicos de Capim Branco e Matozinhos – ASPOCAM, a Declaração de Cadastramento de Produtores Orgânicos, sendo que Capim Branco foi o primeiro município do Estado de Minas Gerais a obter esse cadastramento, através do processo da Organização do Controle Social – OCS, fruto do importante trabalho realizado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER com o apoio da Administração Municipal.

A Lei Municipal nº 1.224/2011, que dispõe sobre a denominação de Capim Branco/MG como “Cidade Orgânica”, foi sancionada no dia 20 de julho de 2011. (CAPIM BRANCO, acesso em março 2017).

O município de Capim Branco se insere no vetor norte de expansão metropolitana que, por sua vez, expressa de maneira mais marcante, as principais tendências da produção do território metropolitano. O vetor norte da RMBH vem se caracterizando por uma forte pressão imobiliária, por uma intensificação na extração minerário de não-metálicos, por uma reconfiguração do sistema viário da região metropolitana, bem como pela reestruturação do sistema de centralidades metropolitanas (num processo de descontração populacional e produtiva). Ou seja, o vetor norte – devido a transformações como a implantação da linha verde, do funcionamento do Aeroporto Internacional Tancredo Neves e da mudança do Centro Administrativo do Governo de Minas Gerais – vem se consolidando como uma nova centralidade e como o principal eixo de expansão demográfico e econômico da RMBH.

Apesar de localizado mais ao norte na RMBH, o município de Capim Branco comunga dessa dinâmica especialmente no quadro da nova urbanização periférica identificada pelo PDDI e resgatada pelo projeto do Macrozoneamento. Observa-se, em Capim Branco, atividade imobiliária relativamente acentuada e evidenciada pelo número de pedidos de anuência prévia registrados junto à Agência Metropolitana e pelo aumento de ocupações irregulares no município identificado durante o Macrozoneamento.

Capim Branco também se insere no contexto de intensificação de extração minerária ligada a recursos não-metálicos. Muito embora a atividade no município em si não seja marcante, impactos que transbordam da atividade de outros municípios do entorno e da bacia hidrográfica a qual pertence o município são decorrência dessa tendência.

O município de Capim Branco também se articula com a dinâmica do vetor noroeste que se estrutura ao longo da MG-424 e da BR-040 como principais vias de ligação com Sete Lagoas como polo de desenvolvimento do Colar Metropolitano. São previstos novos empreendimentos industriais e produtivos ao longo dessas vias ligados à dinâmica que emana de Sete Lagoas, mas também aquelas induzidas pela presença do complexo ligado ao Aeroporto bem como a outros empreendimentos públicos e privados como a SIX Semicondutores às margens da BR-040.

Por fim, é importante destacar que Capim Branco se configura como um importante centro de produção oriunda da agricultura orgânica, agricultura familiar e pecuária com significativa produção agropecuária na RMBH – ainda que com conflitos referentes ao uso de insumos químicos próximos a áreas de abastecimento de água. Além disso, o município se insere no complexo ambiental cultural do Carste e com importante rede hidrográfica regional (Ribeirão da Mata). Essa região se caracteriza por um grande potencial turístico, mas também pela necessidade de proteção ambiental e atenção a conflitos ambientais oriundos da expansão urbana e das atividades econômicas ligadas, especialmente, a atividade minerária e agrícola.


Clique aqui para baixar o PDF e ver o Perfil Municipal na íntegra.